A chamava de duvidose crônica, nos dias bons. Aprendera a conviver com o mal, e nos restaurantes conhecidos, pediria somente "o de sempre". Nos desconhecidos, aquilo qualquer que fosse pedido pela pessoa ao lado. Estava bem adaptada.
Desadaptou. Aprendeu a tomar decisões rápidas, e raramente se arrependia. Beneficiou-se de momentos-presente inesperados, e, dos outros, foi recolhendo pedaços de informações valiosas sobre ela mesma - daquilo, ela não gostava.
Então se viu como a menina de quinze anos, paralisada. Como ela aos quinze anos, paralisada.
Acreditou que nada a tiraria desse limbo, entre a decisão e a indecisão.
Mas, hoje, sabe bem que do limbo não gosta. E na falta do que fazer, decidirá. Na falta de decisão, não pensará. Na falta de esperança, não esperará. Fazer seria seu destino. Ser. E nos pequenos momentos-presente dos dias de agonia, ela ganharia pedacinhos de vida, que alimentariam toda a sua viagem dali para frente. E ela seria viajante e viagem, condutora e conduzida.
1 comment:
Muito JU esse post! adorei!!!
E por isso me deu saudades, vem logooooooooooo!!!
Beijinho!
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