Cru e Nu

A inegável beleza da verdade - seja ela qual for - sobre a farsa. Daquelas coisas quase que só sentidas, impossibilitadas de entrar dentro das muitas vezes fechadas palavras. Eu sinto quando é verdade, e acho belo.

Nessa vida quero só pureza, quero daquilo que brotar primeiro, fruto imaculado. Dos outros e de mim - sem mais fingimentos. Quero poder falar que estou triste, que uma cerveja talvez me alegre muito, até demais, que quero andar pelas ruas de NYC e estar bonita, cheirosa e chique. Como todos os outros não-novaiorquinos, que seguem com seus looks blase estampados. Queria dizer que temo muito por mim em muitos momentos, em outros nem tanto - de tanta paixão repentina pela Juliana. Quero confessar que sento no metrô onde posso me enxergar pelo reflexo da janela, para me relembrar que sou eu mesma ali. E então, por esses breves momentos de paixão, como quando passo no banheiro descabelada e puramente e verdadeiramente blase só pra assoar o nariz mais uma vez, olho no espelho e vejo a mulher, muito próxima da que eu gostaria de ser.