18.11.07

Um domingo


O dia começou à noite, quando pela primeira vez arrisquei meus pés para fora de casa. Isso porque dentro eles já haviam ocupado todos os centímetros possíveis, cabo a rabo. Todas as horas possiveis, passíveis de ficarem trancadas dentro. Hora de hora de fora.

E ousei andar, pronta para detestar o que viesse. Eu era a indiferença, porque ela reinava sobre mim. Tanto fazia aqui ou lá - eu estaria em qualquer lugar. Ousei os pés pra fora simplesmente porque dentro já não dava pra ficar.

Então a noite perseverou.

Nela eu abria tubo por tubo as minhas aquarelas. E coloria, insegura mas feliz, meu pincel.

No comments: