16.7.10
Um dia e um sentimento
Tem um nó na minha garganta que é teu. Não se preocupe, tudo caminha bem. O trabalho por vezes me tira o sono, sabe? Outras horas me oferece recompensas antes inimagináveis, e estou cada vez mais acostumada com a idéia de viver assim. Sinto falta de conversar contigo sobre ele, mas para cada interrogação a me pentelhar há um ponto final que você viria colocar, e eu sozinha preencho as lacunas. Vejo um desafio grande pela frente, e o aceito, enquanto tiro o abridor da gaveta e a cerveja da geladeira. Só uma gelada ao fim do dia, pra relaxar. Hoje enxergo o desafio que é sua ausência, e também a aceito. Além da sua inevitabilidade, hoje, eu a aceito. Aceito tudo o que fez comigo. Todas as feridas que me deixou. Aos poucos as incorporo em meu corpo, estou inclusive o aceitando melhor. Lembro que me falava o quanto eu era bonita, gostaria que me visse agora. Olha, desculpe te dizer, mas à sua falta não foi difícil me acostumar. Fiz novos amigos, conheci novos lugares, e em muitos momentos estive feliz por ter seguido meu caminho, diferente do teu. Então abro um grande sorriso, quase sempre acompanhado de uma tristeza. Eu não queria te falar, mas sempre que sorrio feliz me lembro de você. É difícil sorrir sem você me ver, tenho feito muitas coisas sem você me ver. Talvez hoje se me encontrasse já me acharia uma estranha. Eu mudei, tenho mudado. Só posso torcer para que ainda gostasse de mim, mas seu olhar de confiança está tatuado nas minhas lembranças. Hoje, aceito mudar longe dos seus olhos. Mas esse nó, símbolo dessa tristeza, esse nó até hoje não fazia parte de mim. Era um intruso a atrapalhar os dias. Maldito nó, a me relembrar dessa ausência à qual, eu já lhe disse!, já havia me acostumado. Até aquela noite, uma noite como todas as outras, na qual abri os olhos e não vi você. Então chorei, toda a saudade que sinto, todos os dias. Eu sei por que não consigo dizer a mais ninguém o tamanho da falta que me faz. É que nem eu sei direito. Chorei, e depois não soube mais como parar. É muito solitário viver nós duas sozinha.
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3 comments:
Lindo demais, Ju. Me emocionou. =~
S2
ohh, juju, lindo, lindo, tb me emocionei muito lendo!
Mas sabe, eu penso q como tem aquela frase "pobre o amor q pode ser descrito", eu tb penso q pobre a saudade q pode ser descrita, pq é forte demais p se explicar, a gente tenta entender, mas parece q sempre falta dizer mais alguma coisa... A gente nunca consegue dizer a falta q faz uma pessoa tão especial como um mãe... é aquela falta ubíqua, q não tem fim... mas não se preocupe, ela deve todo dia se encher de orgulho de vc, dessa pessoa tão linda q traz tanto amor p a vida de todos nós!
Eu sempre sinto a emi na minha vida, parece q tem hora q ela me manda um abraço quando eu mais preciso, é aquilo q a gente não vê, mas sente, só sente... eu imagino o tanto de amor q elas devem mandar p vc, sempre! <3
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