Achando um espaço

Qualquer migalha de conforto tá valendo. Pra bom mendigo, meia migalha vale. Melhor uma migalha na mão que um pão voando.

Estou travando uma batalha com essa cidade, essa idade, essa piedade. Tudo anda meio Nova Iorque, já sendo sem ser sabendo que talvez pode ser que ainda não seja ou seja, vai saber? Sem resposta, sem rumo, sem chão, nos meus vinte e poucos anos de vida subterrânea ou em arranha-céus (chão mais vertical, virtual que aqui não há). Tudo anda meio multi-dimensional, e eu sinto falta de um norte (ou um sul, ou um chão firme que seja).

Hoje, da biblioteca nossa de cada dia, lhes escrevo com um pouco mais de conforto. É resultado de algumas semanas nesse espaço, tão de Nova Iorque e agora tão meu. Caminho até minha mesa de olhos fechados, reconheço o cheiro da madeira e dos livros de longe. Meu cumprimento de 50% das metas minhas de cada dia tem bastado para dar um gostinho de vitória à minha boca sedenta. Um relatório feito, 3 capítulos estudados. 3 é melhor que nada; uma biblioteca-casa é melhor nenhuma casa at all.

Contraste é mesmo tudo na vida de uma pessoa! Desejo a todo mundo não a ausência do fundo do poço (jamais!), mas a capacidade de sair flutuando dele! Ainda não estou tão leve, mas já começa a parecer que acordei depois de uma noite de enxaqueca, e o simples fato de acordar sem dor é uma aventura mágica!