
Voltei de um passeio mágico, ao mundo de Antony & the Johnsons, o grupo de Antony Hegarty. Ele leva a bandeira da androgenia, do sofrimento profundo e da alegria, também. Entre um buraco-negro e outro, pergunta se sua lanchonete preferida ainda está na rua 43.
Antony é controverso, não conheci ninguém que gostasse dele como eu. Mas hoje eu estava em casa. Não sabia o que esperar do público; apenas sabia que seus shows estavam esgotando ingressos pelo mundo, e me perguntava quem eram essas pessoas esquisitas que gostavam da sua voz esquisita e suas músicas esquisitas, também. Esse foi talvez o público mais diverso entre os shows que tenho assistido aqui. Me impressionou o número de pessoas mais velhas, alguns com seus filhos. Gente que eu não esperava gostar do esquisito como eu. Gente que é gente até o último fio de cabelo, com quem eu sentei, ouvi, e chorei. Choramos, todos.
Eu sempre o escutei com uma pontinha de culpa. Eu deveria é estar ouvindo Ivete e dançando. Mas cansei de passar desodorante em sovaco suado fedido. Ao ouvir hoje pela primeira vez as músicas de seu disco novo, eu senti. A música dele é como estar numa floresta encantada. O mundo criado por ele, por aqueles instantes enquanto a música é tocada, nos mostra fadas e monstros.
Como o nosso. O meu, pelo menos, é assim. Minha vida é linda e aterrorizante, ao mesmo tempo. E é na essência do terror, do medo, e da vida que surge a alegria singela de estar vivo.
E, pra quem está contando quantas vezes eu uso as mesmas citações em anos de blog, aí vai uma velha conhecida nossa:
"Provo que a mais alta expressão da dor
consiste essencialmente na alegria"
Augusto dos Anjos
Como o nosso. O meu, pelo menos, é assim. Minha vida é linda e aterrorizante, ao mesmo tempo. E é na essência do terror, do medo, e da vida que surge a alegria singela de estar vivo.
E, pra quem está contando quantas vezes eu uso as mesmas citações em anos de blog, aí vai uma velha conhecida nossa:
"Provo que a mais alta expressão da dor
consiste essencialmente na alegria"
Augusto dos Anjos
1 comment:
"Eu, filho do carbono e do amoníaco, monstro de escuridão e rutilância, sofro, desde a epigênese da infância, a influência má dos signos do zodíaco..."
Así es...
Besos pa mi amiga amada.
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