Uma amiga minha esta ensaiando um monologo de Hamlet, e me confessou enquanto jantavamos ontem a noite que sua birra com teatro classico esta sendo rapidamente transformada em lagrimas, quando aquelas palavras a atingem. Qual o sentido da vida?, ela me pergunta. Nao sei, eu te respondo. Eu nao faco amigos bebendo leite, e nem amigos imunes a essa pergunta.
Eu ja ouvi muitas coisas. Dadiva de Deus, unica chance, uma das chances, passo evolutivo para o crescimento espiritual, espaco de tempo reservado para cumprir determinada missao. Tudo isso fez sentido pra mim em algum momento, e nao mais. Por mais que seja tudo bem bonitinho como manda nossa moralidade, cumprir uma missao que os astros, ou um Ser Supremo, ou "eu mesma" determinei para mim nao me da corda o suficiente pra levantar da cama, nesse momento da minha passagem pela Terra nao.
Alguma resposta todo mundo tem. Eu, quando eu compro a bota que sempre quis, me sinto viva. Quando a crianca que me empurrava ha 3 minutos me abraca e diz que meu cabelo e lindo. Quando toca "Desde que o samba e samba" numa terca-feira fria e cinzenta (e nao fui eu quem deu play), ou quando o cara do metro abre a porta so para eu entrar. Nao e so o verde e a beleza dos passaros, o barulho acalmante da cachoeira. E o prazer de ser eu onde for - no rio de aguas cristalinas ou na calcada cheirando a mijo. A minha vida e, entao, o meu espaco-tempo de ser eu, sem missoes, sem futuro, sem aspiracoes. E meu passatempo, um gostoso passatempo.
Eu ja ouvi muitas coisas. Dadiva de Deus, unica chance, uma das chances, passo evolutivo para o crescimento espiritual, espaco de tempo reservado para cumprir determinada missao. Tudo isso fez sentido pra mim em algum momento, e nao mais. Por mais que seja tudo bem bonitinho como manda nossa moralidade, cumprir uma missao que os astros, ou um Ser Supremo, ou "eu mesma" determinei para mim nao me da corda o suficiente pra levantar da cama, nesse momento da minha passagem pela Terra nao.
Alguma resposta todo mundo tem. Eu, quando eu compro a bota que sempre quis, me sinto viva. Quando a crianca que me empurrava ha 3 minutos me abraca e diz que meu cabelo e lindo. Quando toca "Desde que o samba e samba" numa terca-feira fria e cinzenta (e nao fui eu quem deu play), ou quando o cara do metro abre a porta so para eu entrar. Nao e so o verde e a beleza dos passaros, o barulho acalmante da cachoeira. E o prazer de ser eu onde for - no rio de aguas cristalinas ou na calcada cheirando a mijo. A minha vida e, entao, o meu espaco-tempo de ser eu, sem missoes, sem futuro, sem aspiracoes. E meu passatempo, um gostoso passatempo.
2 comments:
Uau, Ju.
Caramba, amei o seu texto. Me arrepiei inteira!!!
Amo cada dia mais essa amiga tão sensível e linda e especial e... poeta. Mas digo poeta mesmo, não é poetisa.
É uma mulher maravilhosa, que deixa seu encanto no coração das pessoas.
Lindona, você já sabe, sou sua fã!
Te amo pra sempre.
Eta.
E junta com o prazer de saber que só você sabe quem e o quê é você, isso também ninguém paga...
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