
Hoje sai do metro e, ainda la no subterraneo tao comum a minha brasiliensidade, me bateram os primeiros raios do Sol da manha de quinta-feira, dia 19 de setembro do ano de 2008. Chegaram a mim porque estavam baixos, novos, amenos e quase cheirosos. O trabalhador na minha frente cheirava a colonia, o cabelo da mulher ao meu lado estava impecavelmente arrumado, e alguns bocejos brotavam em todos os cantos da estacao. Tudo tinha cheiro, cor e silencio da manha.
A colonia do senhor me lembrou o cheiro que emanava do banheiro da minha casa apos minha mae sair do banho. Vinha de fora, estranho, como o perfume do cafe, e me dizia que o dia estava comecando. Os bocejos me levavam como se fossem dando corda a minha ainda lenta engrenagem, em direcao ao guarda-roupas, onde eu pegava a mesma blusa de sempre, mesmo que nao fosse a mesma. A cor do Sol, o mesmo Sol que hoje cedo banhou Manhattan, entrava pelas aberturas das longas cortinas da sala de jantar, e era somente quando eu saia pela porta da cozinha, passava pelo jardim e abria o cadeado do portao que me pegava por inteiro. Ainda tinha um amarelo leitoso, brando e cheiroso, como o que vi hoje cedo, em 2008, ao sair do trem na prefeitura de Nova Iorque...
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