3.4.11

Uma história das coisas

A casa cria vida própria, acontece com os lugares os quais habitamos. Hoje fui me meter a tentar trazer a casa do que ela tem sido para o que pode ser, para o agora. A família a viver nela mudou muito de lá pra cá, e a casa, um monstro fincado nessas terras em Brasília desde os anos 70, nos engole e continua a existir, quase como se nada houvesse acontecido. Nos topos dos armários, aquela árvore de Natal, artificial, que minha avó nos presenteou após perceber que a família utilizava um cobertor suportado por um cabo de vassoura como símbolo das festividades de Natal. Encontrei um celular nokia 6120 nas prateleiras da biblioteca, um choque por si só, acompanhado pelo segundo choque, aquele celularzinho já é símbolo de um passado agora distante.
E eu lutei contra as pilhas de revistas velhas, achei recibos dos pagamentos de material de construção da época de sua reforma, aquela feita quando eu nasci. Achamos disquetes da minha mãe, elásticos na caixa de costura que perderam sua elasticidade. Era tanto nessa casa, e tão poucas horas nesse dia, saí para almoçar e não voltei.
Não é em uma tarde que se tira a história de um lugar e suas coisas.

2 comments:

Larissa said...

post que inspira nostalgia hein Ju. sou capaz de passar uma tarde inteira soh com um album de fotografia- nao posso imaginar uma casa inteira, com tanta historia.

beijos, sempre.

Anonymous said...
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