7.2.11

Ofereço-me a ti, ou uma homenagem à auto-estima

O máximo que posso te oferecer sou eu. A única questão é se eu e você me acharemos suficiente. Hoje, acho triste pensar em quem nunca experimenta na vida essa sensação de bastar. Não é de auto-suficiência que falo, não espero não precisar de ninguém na vida - inclusive espero precisar, ou aceitar outros, cada vez mais. Falo de auto-estima, de gostar do que tens, do que tenho, pra oferecer: do que sou. É muito fácil acreditar que outro algo, isso, ou aquilo lá, sejam necessários para que eu me torne uma pessoa boa, correta, interessante, ou qualquer característica que julgares desejável. O cansativo é perceber que isso muda para cada outro, e cada um desses outros vai ter uma opinião de como deverias viver a tua vida. Acho que é o que eu descobria há um tempo atrás sobre como vidas diferentes são vividas de maneiras diferentes; e faltava um pouco dessa generosidade, que descobria para os outros, comigo. Minha vida jamais será igual a tua, e eu vou fazer e falar muita merda ainda pra você, na sua opinião.

(Isso tudo é porque sou muito influenciável, a blessing and a curse. Minha terapeuta acha ótimo e diz que sou uma paciente excepcional - talvez ela fale isso para todas - porque ouço e considero tudo o que ela tem a dizer. Mas outras vezes isso me faz duvidar tanto de mim que deixo de ser quem sou, gostar do que gosto. E ontem me lembrei, quando saí pra dançar ao som de um dos melhores piores DJs que já encontrei, e raras vezes me diverti tanto. Talvez o certo teria sido detestá-lo. Mas é que, agora sei sem dúvida alguma: sou assim. Eu gosto do que eu gosto. Há quem diga que falta uma veia crítica em meu corpo, mas prefiro assim. Não é melhor ser alegre que ser triste?)

Esse medo pode ser muito paralisante, é o cisne-branquismo, o perfeccionismo inatingível. E cansativo. O bom dele é a dolorosa descoberta de que jamais agradará a gregos e troianos, como dizem por aí. Que tuas trevas para alguns são céus para outros, então só posso confiar no que diz meu instinto - e olha, para mim, ele é quase sempre acertadíssimo. Ninguém melhor que ele para me dizer do que gosto e do que não gosto, o que quero e o que não quero. Então, inevitavelmente, o foda-se tudo continua sendo meu nirvaninha pessoal - posso não agradar a ti, mas é isso que tenho a oferecer. Eu. E vou re-descobrindo belezas escondidas, reafirmando minhas posturas, como é delicioso se re-descobrir tantas vezes, se re-conhecer talvez muito mais próxima da pessoa que gostaria de ser. Pode parecer óbvio para você, mas eu tô aqui achando isso tudo bonito demais: é um se jogar pra ver se cola - toda vida é assim? E eu acho que eu sou bacana, só posso confiar que eu bastarei, por agora e enquanto durar, para mim e para você.

1 comment:

Daya said...

Eu também tô achando tudo isso bonito demais, Ju.

=*