31.12.10

Feliz Ano Velho, Oi Ano Novo

Aunt Sandy, Vô e uma amiga da galera, reveillon de 1977.
Eu ia ficar imune aos posts de fim de ano. Já havia decidido há dias, não compartilhava resoluções com ninguém, jurava que nem faria as minhas. Acordei convicta.
Mas agora mesmo nem sei por que me dei a esse trabalho todo. Sei que sou terreno fértil para sentimentalismos baratos, no fundo (e quem me conhece diria que na superfície também) acho sensacional que, mesmo que por convenção, tenhamos um momento no ano para se jogar no papo hippie que adoramos detestar. Pra mim é tipo declaração de amor de bebum: não adianta me dizer que foi o álcool, eu vou sempre acreditar. Sempre volto pra casa feliz quando o mendigo no metrô me diz que eu tenho uma aura bonita.

E também não sei se é privilégio desse dia 31, o derradeiro 31 de cada ano, mas pelo menos hoje quero acreditar que nos amamos e queremos o melhor pra nós. E que, apesar desse bota-fora com força do ano já velho (mas já?!), conseguimos aproveitar e lembrar de tantas preciosidades de 2010 e todos os anos anteriores a ele.

Acho que mais que expectativa pelo ano que virá, que tenho aprendido a controlar (minha resolução para o ano novo talvez seja tão simples quanto tente continuar viva para ver o que vai acontecer), sinto uma nostalgia pelo que foi, pelos felizes anos velhos. Tudo que aconteceu e tem acontecido para chegarmos aqui, a esse ponto onde estamos a desejar, 10 anos após sobrevivermos ao bug do milênio (quem diria, hein?), que um novo ano chegue logo.

Mamãe e irmãos, reveillon de 2004.
Lembranças de todas as outras viradas que passei com os amados alimentam meu dia 31. Revirei fotos antigas da família, somente as digitalizadas, às quais tenho acesso aqui, longe do armário cheio de álbuns kodak lá da casa velha. Saudades da casa velha, saudades da família que se foi, e a gente chegou a acreditar que seria daquele jeito para sempre. Saudades de saber que passaria mais um ano com a mamãe.

A tradicional visita pós-ceia aos Padilha Fonseca, reveillon de 2002.
Felicidade imensa em ver os que ficaram, os irmãos que fiz e continuam por aí, cada um num continente, mas fazendo valer as promessas de escola que seríamos amigos para sempre. O sempre ainda está durando, e acordo feliz da vida ao receber abraços virtuais em forma de emails não-acentuados daqueles que estão longe.
(e as ligações já um pouco ébrias do papai dizendo que sente saudades e parece que não nos falamos há várias luas, enquanto toma uma cachaça com o tio Porfírio e a Vó Dita e mais um tanto dos Caldinhas safados velhos de guerra)

Gostoso ver as pessoas que hoje fazem parte dos meus desejos de alegrias, quantas alegrias forem possíveis, as quais nem sabia de suas existências quando 2009 virou 2010. Me faz acreditar que o mundo é realmente muito maior e oferece tanto mais que nosso tempo de vida pode digerir. Me dá vontade de continuar nele por quanto tempo for possível, e botar mais mundo nesse meu tempo, o quanto der, e mais gente no meu espaço, quantas couberem. Fica sendo essa minha resolução.



Feliz 2011!

4 comments:

coresquenãoseionome said...

Mais um feliz ano novo, amiga-irmã de tantas viradas de ano!
um beijo grande no seu coração.

Larissa said...

Lindo post, adorei as fotos, fiquei com os olhos cheios de lagrimas Ju.

Espero que esse ano nos traga muita felicidade!

muitos beijos, com carinho, sempre.

Mônica Padilha said...

Linda!!!

"botar mais mundo nesse meu tempo"

Isso que é resolução!

Amei a foto da tradicional visita relembrada, além do e-mail sem acento comentado! TE AMO!!!

Beijinhos,
Cacà

Giselle Gurgel said...

Eu sou uma amiga de escola, de um outro continente, que prometeu ser sua amiga para sempre!

Fui citada e estou feliz!Uipiii...

Po, eu amo papos hippies também.

Feliz 2011, querida!