3.11.10

Fisicalidade do amor

Amor sem alvo, tem serventia?
Amor que se sente só, basta?

O sentimento parece morar dentro da gente, mas por que quando não tem mais quem estar ao seu lado enquanto o sente, ele parece perder força?

Às vezes me acalma pensar que meu amor não precisa de alvo, especialmente quando seus recipientes (ou geradores, vai saber?) não se encontram mais nas redondezas. Seta sem alvo. Se sou eu a seta, preciso de um alvo? Se sou eu quem sinto, preciso de mais alguém?

Mas outras horas é absolutamente inevitável não ver esse amor morrer um pouco por não ter uma mão para apertar, um ouvido para falar: eu te amo.
Difícil essa história de existência. Assim como eu preciso de olhos me vendo e ouvidos me escutando para existir, acho que meu amor precisa de corações para amar.
Mas não é estranho pensar que se nenhum coração te amasse, seu amor morreria?
Que se ninguém mais te visse, você desapareceria?
O amor é meu, e eu o dou a quem quiser. Ou melhor, talvez o que carrego em mim seja um protótipo de amor, um amor em potencial. Um coração! Que na luz de outro, vira amor. Coração + coração = amor. É isso?

Amor sem alvo, então, não existe?

2 comments:

DAUGHTER NATURE said...

Amei!

Marina said...

O não-alvo é que não exite, eu acho!