16.9.10

Correndo atras do que?

Eu estou correndo atras de varias coisas, ao mesmo tempo. Isso as vezes e meio confuso, entao os tombos parecem naturais.

Quero mais diversao, mais ainda, sempre mais. Nao gosto da suspeita de que sao aqueles dias nas ferias, com os pes fincados na areia da praia, expressoes maiores de mim mesma (o que "mim mesma" quer dizer, eu nao sei).

O trabalho me cansa e me instiga, ao mesmo tempo. Eu quero abandona-lo, mas nao quero. Quero descobrir tudo sobre o pensamento e os sentimentos desses novos professores, e tenho a ousadia de me entristecer por saber que jamais conseguirei faze-lo. Me preocupo e espero que as rugas nao sejam explicitas demais, ela nao pode perceber!, e, ao me preocupar, paro de ouvir. Entao, espero saber tudo, mas nem ouvir eu ouco mais. Mania de querer as coisas faceis.

Mas eu nao quero nada facil, sou forte, guerreira. E desejo que um professor entre em minha sala nesse segundo e me diga exatamente o que quero ouvir. Mas como eu sou cabeca-aberta, pode ser com suas palavras.

Adoro o prazer de desvendar terrenos novos, como essa ilha. Dominar algo fora do meu dominio, nao foi facil. Mais dificil ainda e voltar aos meus dominios e nao ser mais deles. Nada mais me embala como o colo de minha mae um dia me embalou, e isso me entristece, mas me enche de coragem. Se nao caibo em nada, escolherei onde nao caber, pra encaixar direitinho. Porque eu quero a facilidade de estar em casa, e o desafio de sair dela. Quero desvendar o que ninguem jamais ousou se perguntar, mas quero quem me pegue pela mao e mostre nao so o caminho, todas as respostas. Quero ser maravilhada por mais muitos dos lugares e pessoas como os que conheci, mas meu destino sempre acaba sendo os meus. E nessa luta de identidade, quereres confusos e falta de chao, aprendi uma coisinha. Daquelas que voce acha que ja sabia.

Aprendi que dessas coisas todas, nada importa muito alem de uma delas. Os meus. Com toda a licenca da propriedade, eu os chamo de meus. Como chamo a microbiota do meu intestino de minha. Como chamo meu intestino de meu. Nessa batalha em descobrir que sou eu, descobri quem e meu. E sei que nao existo sem essas partes; que casa nao e lugar, e nem a minha pessoa. Sao as minhas pessoas, que me fazem sentir em casa mesmo fora dela. E o olhar em cima de mim, o riso acompanhando a palavra.

Hoje, acho que eu somos nos, e casa sao voces. E um ato de gentileza mutuo: voces se dao, eu me doo.
E sou mais feliz por isso. :)

2 comments:

coresquenãoseionome said...

se entregando, a gente se mistura e faz parte uma da outra. e - juntando tudo isso seu, mais tudo aquilo dos "seus" comentado no post anterior - sabendo onde encontrar nossa casa, acaba o dilema do não-pertencimento, não?!

é, eu seria uma outra eu sem você.
e seria uma sem-teto sem os "meus" também. =)

Giovani Iemini said...

mulheres são sempre amplas e ambíguas. curioso.