Com o coração na mão, pendurado, do lado de fora, nas mãos dos outros, nos corações dos outros. Isso pode parecer banal (ou exagerado) pra você, mas comigo não é sempre assim.
Esse sentimento me alegra e me assusta. Me tira as placas de direção, venda meus olhos, e eu então não vejo nada - mas sinto tudo. Onde meus pés pisam, eu não sei. Mas se faz frio ou calor, sinto antes de qualquer coisa.
E tenho sentido muito calor. Trouxe um pouco do Pernambuco pra me aquecer. Esse calor tem nomes, de pessoas, transeuntes de um mundo como o meu, mas nunca antes o meu. Acho engraçado como a morte e a vida são tão cotidianas, e o nascimento do útero para o lado de fora e a morte do lado de fora para a mãe terra são apenas dois dos vários tipos de morte e vida.
Nesses tempos tenho experimentado várias mortes e vidas. Pessoas antes tão importantes, não são mais. E não pense que não sofro com isso, mas é com um choro alegre que os deixo ir. Fico com o espaço, um pequeno buraco.
E então vejo nascimentos. Nascimentos meus de pessoas antes existentes para outros (e provavelmente mortas para alguns) - como numa roleta. Nasceram em mim muitas pessoas boas, e elas fazem outras mortes ou sobrevidas minhas tão inimportantes. Me ensinam todo dia que viver é muito gostoso. Que existe bondade à dar com o pau nesse mundo. E que gargalhada, assim como amor, não tem fim.
E eu quero que elas todas saibam disso.
Com amor,
Ju
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