Nas mesas, macarronadas, sopas, panquecas. A filha ansiosa só quer chegar em casa, contar seu dia e receber um olhar de orgulho e amor.
Está à sua espera uma mãe cansada, de banho tomado, terninho pedurado por um cabide na porta do quarto e, no pé, seu chinelo comido pelo cachorro. Ao fundo, claro, Cid Moreira fala algo sobre política, economia, o mundo. Assiste um bombardeamento na Palestina, uma festa no interior de Minas Gerais, e um carro blindado acelerando com algum importantão dentro, fugindo das câmeras. Uma skol gelada acompanha as notícias, empunhada por suas fortes mãos.
A filha só quer chegar em casa.
Mas hoje não tem mãe, não tem macarronada, não tem colo em pernas frescas com cheiro de lux luxo (nem lux luxo tem!).
Nada no dia de hoje é tão simples como esse fato: hoje, não tem mãe.
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