Encontros com o Passado

Deito em taquicardia. Meu coração vibra com algo que não sei ao certo descrever - hoje, como bom domingo, comi uma pizza e tomei uma cerveja ao ar livre.

Uma pizza de massa fina, na companhia de uma amiga de anos, que me viu crescer. Falamos dos seus pais, dos meus, dos planos, das alegrias e tristezas. Ela me relembrou de uma viagem de carro cuja trilha sonora envolveu, em seu clímax, "se você pensa que meu coração é de papel...".

Não é não, pois ele bate com força aqui, como se me lembrasse ser o mesmo de anos atrás. O mesmo que pulsava forte quando eu corria pra buscar a bola. O mais engraçado é que parece que havia me esquecido. Não dos fatos - se alguém me perguntasse, saberia dizer o ano em que vivi algumas várias das experiências que ajudaram a me formar. Mas parece que foi outro alguém, de quem sinto tantas saudades quanto das experiências em si.

Quando no cenário de minha infância e adolescência, esse muro se enfraquece. E a menininha se torna mais real, eu não sei mais quando sou eu ou ela no comando. O caminho pra faculdade ainda está gravado em algum lugar no meu corpo, pois hoje me vi quase lá, sem querer. Então a estudante de 18 anos volta a aparecer, e os limites borrados...