Dentro e fora, inato e experimental, natureza e ambiente, idealismo e empiricismo, genótipo e fenótipo, fato e crença, Locke e Platão. Quantas divisões, novas organizações dentro da mesma moldura: preto-e-branco.
Me espantou a descoberta de que o amarelo nada mais é que a ausência de azul (já comentei isso antes?). Não existe azul, assim simples e puro. Na verdade o meu sofá roxo existe dentro da minha cabeça, se eu fechar as janelas ele some...
O mundo entrou na minha cabeça assim, pá! E também em outro tranquilo dia, quando me deparei com a seguinte afirmação: o nosso maior contato com o ambiente ocorre no intestino. O professor queria na verdade dizer que a pele é uma ótima barreira contra infecções, mas eu só conseguia pensar no mundo todo dentro de mim, de novo. Nas árvores, plantas, bichos, bactérias, na galerinha toda passeando dentro de mim. Me senti um tubo, com uma abertura da boca ao ânus que na verdade era mundo, e não eu. Ou então muito mais mundo do que eu. E eu, o que era então senão um monte de pedacinhos desse mundo?
Eu era um monte de pedacinhos desse mundo. Uns peptídeos do mundo que entram rapidamente em circulação no meu sangue, que vez ou outra sai e vai pro lixo, pro band-aid, pro absorvente, e volta pro mundo.
A pele é uma ilusão, uma fantasia de diferenciação. Assim como são os genes, os traumas, os diagnósticos. Distúrbios que só existem quando alguém bate o martelo, e então é preciso de algo de dentro + algo de fora pra chegar a uma dislexia, um distúrbio de atenção, uma depressão. Não veio escrito no manual que "se A acontece, o caso é de depressão do tipo B e o tratamento é X". Acordos sociais, e quanto disso é natural e quanto disso é ambiental?
Quanto do que sinto é de mim e quanto é culpa de fora?
Eu sou o que sou, e o que me dizem, ouço, vejo. Um pedaço de uma engrenagem muito complexa, tão complexa ao ponto de fugir do nosso entendimento. E tudo vira preto no branco.
Mas, enquanto a Lua é flicts, a Terra é cinza, muito cinza.
Me espantou a descoberta de que o amarelo nada mais é que a ausência de azul (já comentei isso antes?). Não existe azul, assim simples e puro. Na verdade o meu sofá roxo existe dentro da minha cabeça, se eu fechar as janelas ele some...
O mundo entrou na minha cabeça assim, pá! E também em outro tranquilo dia, quando me deparei com a seguinte afirmação: o nosso maior contato com o ambiente ocorre no intestino. O professor queria na verdade dizer que a pele é uma ótima barreira contra infecções, mas eu só conseguia pensar no mundo todo dentro de mim, de novo. Nas árvores, plantas, bichos, bactérias, na galerinha toda passeando dentro de mim. Me senti um tubo, com uma abertura da boca ao ânus que na verdade era mundo, e não eu. Ou então muito mais mundo do que eu. E eu, o que era então senão um monte de pedacinhos desse mundo?
Eu era um monte de pedacinhos desse mundo. Uns peptídeos do mundo que entram rapidamente em circulação no meu sangue, que vez ou outra sai e vai pro lixo, pro band-aid, pro absorvente, e volta pro mundo.
A pele é uma ilusão, uma fantasia de diferenciação. Assim como são os genes, os traumas, os diagnósticos. Distúrbios que só existem quando alguém bate o martelo, e então é preciso de algo de dentro + algo de fora pra chegar a uma dislexia, um distúrbio de atenção, uma depressão. Não veio escrito no manual que "se A acontece, o caso é de depressão do tipo B e o tratamento é X". Acordos sociais, e quanto disso é natural e quanto disso é ambiental?
Quanto do que sinto é de mim e quanto é culpa de fora?
Eu sou o que sou, e o que me dizem, ouço, vejo. Um pedaço de uma engrenagem muito complexa, tão complexa ao ponto de fugir do nosso entendimento. E tudo vira preto no branco.
Mas, enquanto a Lua é flicts, a Terra é cinza, muito cinza.
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