Cheia de cliches

Um dos meus se chama Clarice Lispector. Ouvi dizer por ai que ha quem nao goste dela. No mundo da minha cabeca, nao ha como entender isso. Se alguem te escreve com beleza e a clareza possivel a confusao que e voce, dificil nao se sentir atraido como um tubarao que sente aquela gotinha de sangue la longe. Um espelho, esperneando a sua frente. Sua imagem. Voa e cheira, respira e engole aquele sangue todo que tambem e voce. Porque se nao for pra se misturar a ele, nao ha sentido. Depois de sentir sua existencia... "Toda compreensao subita eh finalmente a revelacao de uma aguda incompreensao".

E, depois da compreensao, se revela a crianca que se poe a frente de tudo pela primeira vez - mas dessa vez so, desamparada. Uma crianca assustada. Nao compreendo o que vi, estou tao pouco preparada para entender, "em mim qualquer comeco de pensamento esbarra logo na testa". Uma aguda incompreensao.

Vi o que antes nao queria ver, senti. O temido ser. Por 45 minutos fui.

E o que achava que era antes daqueles 45 minutos deixei de... achar? Caiu, como uma cortina de um teatro velho, deixando toda a poeira e badulaques, mascaras de uma peca encenada a anos, a mostra. Foi uma desilusao so.

"No entanto, se deveria dizer assim: ele esta muito feliz porque foi desiludido".

A dona do medo da desilusao e a crianca. Apesar de .......(pensamento bateu na testa. ficou.)......, so a ilusao traz consigo certeza, e dela um certo conforto. Ao inves do desconforto do acaso, no qual, ao ser, me joguei. So espero que minhas maos nao remodelem outra ideia de ser. Que em mim, nesse amorfismo incompreensivel, uma crosta se forme, da forma que a crosta tiver de ter. "E substiruirei o destino pela probalidade".

Obrigada Clarice, minha desilusora.