
Eu tô sempre nele, e a sensação depois de acordar e rever pela vigésima sétima vez meu dia acontecer, é a de que não estou indo nem voltando - estou realmente sempre lá. De manhã Manhattan-bound, de noite Brighton Beach. E aí de volta a Manhattan, para pousar antes de seguir a Brighton Beach. Minha vida em movimento parado, equilíbrio dinâmico.
Aquele trem é onde minha vida acontece, e nele eu não converso com ninguém. As janelas mostram frases do meu livro, palavras bonitas embaladas pelo som do meu ipod. Minhas lombras encontram escape nos passageiros do trem, cuja bagagem, além das milhares de sacolas cuja população certamente ultrapassa a de clientes pagantes da MTA, é suas belezas - de suas raízes, suas relações, seus amores e desamores. O trem velho pichado só é de ouro porque dentro dele é onde acontecem milhares de vidas.
*Na foto, Moema Umman, uma das passageiras.
2 comments:
Pelo menos está em movimento. Estar parado me parece tão pior...
=*
Cheguei bem sim, mas cheguei ja com uma saudadinha desse trem ai..
Beijo!
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